É irresponsável e oportunista a tentativa de siglas de esquerda que fazem oposição ao governo federal de acirrar a politização da greve dos petroleiros e estimular uma nova paralisação de caminhoneiros. Quando comandava o país, o próprio PT se esforçou para esvaziar a primeira mobilização significativa dos motoristas de caminhão, avaliando que o episódio trazia um risco concreto de convulsão social no país e de desestabilização da gestão Dilma Rousseff.
A greve dos petroleiros, com nítidas motivações políticas, foi corretamente declarada abusiva e ilegal
Agora, com uma postura diferente, o PT tenta jogar gasolina na fogueira ao incitar outra parada dos caminhoneiros, potencialmente desastrosa para o país em um momento de recuperação ainda lenta da economia. Ao mesmo tempo, junto com outras legendas, busca aproveitar-se politicamente da greve dos petroleiros, um movimento que, na prática, poucos efeitos produziu até agora, com as operações em plataformas e refinarias próximas à normalidade pelo remanejamento de pessoal e contratações emergenciais da Petrobras.
Os atos dos caminhoneiros de 2018 começaram com o apoio da opinião pública, mas o suporte popular esvaneceu quando ficou claro que os maiores prejudicados pelo bloqueio de estradas e pela circulação restrita de mercadorias eram os próprios consumidores. A greve dos petroleiros, com nítidas motivações políticas e ideológicas, foi corretamente declarada abusiva e ilegal pelo ministro Ives Gandra Martins, do Tribunal Superior do Trabalho. A venda de ativos da Petrobras e o fechamento de unidades que não se mostram lucrativas, por sua vez, também tornaram-se necessários devido ao grande endividamento da empresa, fruto da ineficiência administrativa do período petista, sem falar nos rombos decorrentes da corrupção.
Paralisações de servidores de estatais, que têm benefícios impensáveis para os trabalhadores na iniciativa privada, não trazem danos relevantes para o governo de ocasião, gestor transitório das companhias públicas. Os grandes perdedores são os contribuintes, que, com seus impostos, sustentam empregos em empresas que deveriam servir ao povo brasileiro, e não a partidos.