Por Christopher Goulart, advogado, primeiro suplente de senador (PDT-RS)
Aos desavisados já aviso que este não será um texto eminentemente político. Revoluções implicam várias causas e consequências. Se considerarmos a política das boas relações entre seres humanos, a imprescindibilidade das visões se clareando na escuridão ou ainda, uma melhor qualidade de reação para oferecer aos que nos agridem, então, aí sim, será sobre política. As respostas estão próximas, bem longe do mundo ostentação. A inspiração desta escrita, encontrei ultrapassando a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, através de uma banda chamada Quatro Pesos de Propina.
Em um novo ano que se iniciou com a possibilidade de guerra, comprovada a gradativa falência de valores elementares da humanidade, falar sobre “encher de amor meu sangue e se eu explodir, que se espalhe no vento o amor que eu carrego dentro” pode soar fora de contexto. Pensando melhor, Mi Revolución, canção da banda uruguaia já mencionada, deixa clara a mensagem de que ninguém mudará nada se não acontecer uma revolução pessoal, para logo expandir ao âmbito coletivo.
Obviedades devem ser ditas, dentro de um espectro doente no qual muitos se perdem com complexidades inúteis. Ao ódio, responder com amor. Paciência pode ser um excelente remédio contra todos os venenos. Jamais a submissão. Teorias difíceis de serem praticadas.
Como imaginar seres humanos convivendo em harmonia, buscando a meta comum da construção de uma sociedade mais justa para se viver – independentemente de classes sociais, cor ou religião, constatada a ausência do exercício da empatia? Nossa atitude pode se iniciar no próximo minuto, na próxima hora, quem sabe no próximo dia. A vida nos proporciona a possibilidade da reciclagem. Eis que Drummond de Andrade já nos sugeriu que “o tempo é a nossa matéria”. Amanhã podemos e devemos ser melhores do que hoje. Uma boa revolução para 2020.