Por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da CNBB
Educar é ato nobre, digno e exigente. Pressupõe vocação, determinação, paixão, paciência e o empenho dos melhores recursos. Não se pode educar sem competência, coerência, testemunho, profissionalismo.
O futuro da sociedade depende de como ela reconhece e recompensa aqueles homens e mulheres que acolhem a missão de continuar a obra iniciada no seio das famílias de forma característica. É que existem aspectos do processo educacional que não podem ser delegados à escola.
Não faz muito tempo que ser professor era considerado nobre e distinto, gozando de respeito e admiração. Hoje, para alguns é, por vezes, motivo de vergonha. No entanto, o que causa verdadeiramente vergonha é a falta de reconhecimento público da importância desses homens e mulheres para o presente e o futuro da sociedade. São de forma particular eles que fomentam no seio das novas gerações a paixão pelo saber, pelo estudo, qual porta para o desenvolvimento e a construção da nação.
A educação tem que ser programa de estado e de nação. A escola, a educação e os professores não podem estar sujeitos a programas de partidos políticos ou ao humor de homens mais ou menos públicos. Também não podem se orientar por ideologias que desconsiderem as várias dimensões do humano.
O tão sonhado futuro marcado por uma melhor distribuição das riquezas da nação, por progresso e paz, depende do investimento que o Estado realiza em prol da educação de seus cidadãos. Enquanto a educação for tratada como despesas dentro de um orçamento público não haverá futuro digno para crianças, adolescentes e jovens.