Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Querendo-se ou não a tecnologia infiltra-se em nossas vidas. Não usamos mais as cédulas de dinheiro, não sintonizamos mais rádios em AM e FM e nem TV nos antigos canais conhecidos, está tudo na internet. O jornal de papel é substituído pela telinha do "smartphone" ou do tablet e dali o artigo interessante pode ser recortado para compor uma mensagem de discussão num grupo de mensagens . Por aplicativo nosso passeio de férias é documentado em tempo real em vídeo para os amigos, recebendo instantâneas curtições ou críticas. O cartão de embarque do avião é substituído por um virtual e a própria viagem não é mais um problema de agenciamento e sim do aplicativo que nos avisa da melhor promoção para um destino que já registramos anteriormente como desejo. Tudo isto entra em nossas vidas, até de forma desapercebida, mudando nossos hábitos.
Abandonamos nosso carro em função da possibilidade de via "smartphone" encomendar deslocamentos, as caronas que são pagas de cidadão para cidadão. De repente uma oferta incrível de transporte barato abala o mercado convencional dos táxis, dos ônibus urbanos e faz repensar inclusive o investimento em metrôs. Assim como as placas solares agora instaladas nas residências faz pensar o investimento em plantas hidro geradoras e caros sistemas de transmissão de energia. Todas mudanças recentes, 10 anos para cá. Tudo fruto de iniciativas privadas, inovações de indivíduos que transformam o mundo e estimuladas pelo capitalismo, pelo mercado e pelo conhecimento voltado para o progresso. Todas criando novas oportunidades e tendo um verdadeiro efeito social disruptivo, que muda para melhor a vida das pessoas.
Recentemente numa viagem por aplicativo falava com o motorista da ocasião sobre como andava sua vida ali no dia a dia de fazer aquele serviço. Ele me informava que aprendera ali não a "ganhar" dinheiro, e sim a "fazer" dinheiro. Se o carro parasse o dinheiro não se fazia, se andasse o valor aparecia no ritmo. Me informou ainda que tinha outro emprego, de vigilante. Alternava os dois em jornadas de dois dias com um sono de oito horas. Me disse ainda: "... Eu não consegui estudar, hoje sabe onde aplico meu dinheiro? Tenho um filho que estuda num colégios dos melhores e não falta nada para ele doutor, ele vai ser alguém na nossa família ...". Me emocionei, estava diante de um exemplo de cidadão. Como precisamos de tipos como este!