Por Christopher Goulart, advogado, primeiro Suplente de Senador (PDT-RS)
Em plena civilização do espetáculo, conceito este amplamente conhecido, o grande desafio para aqueles que se negam a aceitar a banalização da vida, sob todos os planos, é nadar contra a corrente. Quando T.S Eliot afirmou que "Numa terra de fugitivo, aquele que anda em direção contrária parece estar fugindo", imagino eu que Elliot pretendia atacar a banalidade de raciocínios sem maiores fundamentos, moldados na trilha da conveniência.
Na política, a tendência moderna (e patética), aponta para os partidos como os grandes vilões da democracia, desconsiderando o fato de que até hoje, não se tem notícias de um novo sistema democrático sem os mesmos.
Menos mal que os direitos às reivindicações são garantidos nas democracias – jamais nas ditaduras, e é bem vinda a vontade popular por candidaturas avulsas. Na mesma esteira, sou conhecedor de que não se justifica o enorme número de Partidos Políticos no Brasil, mesmo considerando que a cláusula de barreira esteja novamente vigente e a tendência seja a diminuição gradativa de partidos.
Ocorre que esta nova onda, de políticos despachantes de burocracia, sem nenhuma identidade, formação histórica ou ideológica, é o que há de pior para a qualificação da política que queremos. Recentemente, um senador eleito pelo RS, afirmando publicamente ser seguidor do trabalhista Alberto Pasqualini, passados quase cinco anos de mandato, voltou-se para a base de apoio do presidente que apoia golpes militares.
O cidadão eleitor tem o direito de conhecer a linha de pensamento do candidato, e nesse sentido, os partidos que efetivamente tenham posições claras, são de fundamental importância para a confiabilidade do mandato do agente público. Caso contrário, seguiremos fadados à mediocridade de políticos que são eleitos, mas nada representam, salvo os seus interesses e de um punhado de amiguinhos.