A substantiva alta de 4,7% do PIB do Rio Grande do Sul no segundo trimestre mostrou outra vez a relevância do agronegócio para o Estado. Ao saltar 9,2% frente ao mesmo período do ano passado, o campo – considerando-se as atividades da porteira para dentro – deu impulso extra a outros segmentos, como a indústria, os serviços e o comércio, espalhando de forma setorial e geográfica a expansão da economia gaúcha.
Mesmo que a base de comparação baixa em relação a igual intervalo do ano passado explique parte significativa do avanço, a agropecuária vem, ao longo dos anos, comprovando ser a verdadeira locomotiva do crescimento. Tanto que, observado o recorte da primeira metade de 2019, ajudou a garantir o mais expressivo aumento do PIB dos últimos seis anos, uma notícia e tanto em meio às dificuldade enfrentadas pelo Brasil para vencer de vez a crise.
A pecuária e a agricultura do Estado vêm incorporando cada vez mais tecnologia, incentivando a inovação, e obtendo avanços significativos em produtividade
O agronegócio, lembre-se, foi ainda uma espécie de colchão de amortecimento dos efeitos da recessão nacional para o Estado. Sem o campo, que de forma competente aproveitou a demanda internacional por grãos e proteína animal, os estragos da paralisação do mercado interno seriam sentidos de maneira ainda mais aguda. Isso, apesar de persistirem problemas localizados, como endividamento dos produtores de arroz e a renda baixa na pecuária leiteira.
A agropecuária, por sua importância, merece que sejam evitadas instabilidades que possam prejudicá-la. Como as ameaças ao ambiente, um problema mal gerenciado pelo governo federal. Se nada tem a ver com as queimadas e desmatamentos criminosos que ocorrem na Amazônia, os produtores gaúchos não podem correr o risco de serem afetados por qualquer tipo de boicote de mercados importadores.
A pecuária e a agricultura do Estado vêm incorporando cada vez mais tecnologia, incentivando a inovação, e obtendo avanços significativos em produtividade. Mas há espaço para evoluir em outras frentes, agregando e disseminando mais ganhos para agropecuaristas de todos os portes e atividades. Uma delas é a valorização do produto gaúcho, sinônimo de qualidade e tradição no setor primário. Para isso, a exemplo da evolução observada nas propriedades, é preciso modernizar técnicas de marketing e divulgação para que o consumidor, de qualquer parte do país ou do mundo, perceba o valor do que é produzido no Rio Grande do Sul.