Por Márcio Biolchi, deputado Federal (MDB)
É um risco, na fase em que vivemos, apostar no bom senso, no diálogo, no respeito ao adversário e até mesmo no interesse público. Risco porque, tal o grau de passionalismo político, tudo vira carimbo e preconceito. Mas um sábio já disse que a coragem precede todas as qualidades. Pois bem: ser independente hoje é exercer essa virtude – mesmo que signifique apanhar dos dois extremos. Fácil mesmo, para “lacrar” nas redes sociais, é bradar soluções simplistas, oposição cega, mitagens e idolatrias.
A vida na gestão pública e no parlamento ensinam que ideologia e visão de mundo têm, sim, seu grau de importância – e isso é salutar para o debate democrático. Entretanto, essas bases teóricas não são – e nem podem ser – os únicos elementos para a construção de políticas públicas e para a tomada de decisões. Soluções reais para problemas concretos exigem valores tais como seriedade, independência intelectual e decência, além de uma clara compreensão do interesse público. E isso independe de posições políticas ou ideológicas predefinidas.
Há pessoas que querem apenas e tão-somente o bem do país, e farão de tudo para que isso aconteça. Repelem os erros do passado, mas nem por isso são idólatras de qualquer ideia ou pessoa do presente. Cansaram de fanatismos improdutivos. Não aceitam ser tratadas como “idiotas” por nenhum dos lados. Querem apenas respeitar e ser respeitadas, e assim ajudar a construir soluções para a nação. Sim – e isso também é ter posição!
Cabe à classe política, da qual faço parte, ter um pouco mais de humildade e autocrítica. Tem muita coisa importante para fazer pelo país. Boas soluções já estão sendo colocadas em prática pelo governo Bolsonaro, e eu apoio todas elas. Vamos focar no que é essencial, no que gera emprego, no que liberta as pessoas da pobreza, no que produz desenvolvimento. O Brasil está acima das personalidades –de ontem, hoje e amanhã. Só o interesse público é capaz de verdadeiramente produzir mudanças.