Merece uma profunda apuração e uma resposta firme das autoridades o covarde ataque a um ônibus no início da madrugada de terça-feira, em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. É preciso identificar, prender e punir os responsáveis pela barbárie que provocou terror e deixou 14 pessoas feridas, para que atos como esse sejam exemplarmente desencorajados. Facínoras que perpetram investidas violentas contra cidadãos inocentes devem ter uma resposta à altura das organizações policiais e da Justiça. Antes que se repitam iniciativas do gênero, a população e as instituições devem fazer o possível para apoiar as forças ostensivas e de investigação na busca e detenção dos delinquentes.
O Estado tem conquistado avanços na batalha contra o crime, e o episódio do atentado ao ônibus deve servir para remobilizar todas as instituições
O Estado tem conquistado avanços na batalha contra o crime, e o episódio do atentado ao ônibus deve servir para remobilizar todas as instituições que de alguma forma combatem a violência, para aprofundar ainda mais os danos infligidos às facções que dominam o submundo dos delitos associados à violência no Rio Grande do Sul. É cristalino que o afastamento dos líderes presos de suas bases e exércitos de liderados tem efeito concreto na desarticulação de suas ações, mas é preciso que os esforços para mantê-los incomunicáveis nas casas prisionais sejam robustecidos por todos os setores envolvidos na tarefa de enfraquecer e inviabilizar as quadrilhas. Mesmo que ainda não tenha sido descoberta a motivação do ataque, como a possibilidade de alguma represália a alguém que estivesse no veículo, a forma como agiram indica autoria de grupo organizado.
As forças de segurança do Estado, aos poucos, têm recuperado o terreno perdido para a bandidagem, como mostram as estatísticas recentes que apontam recuo dos principais indicadores relacionados a delitos. Entre eles, os violentos. É uma avanço, portanto, que não pode ser passível de dar nenhum passo para trás, sob pena de voltar a transmitir confiança aos celerados.
A energia a ser empregada nesta empreitada é gigantesca. E não pode ser uma responsabilidade atribuída apenas às corporações policiais do Rio Grande
do Sul, que penam com a falta de pessoal e de recursos materiais necessários para o seu aparelhamento, em virtude da situação calamitosa das finanças do Piratini. A colaboração inclusive da população que mais sofre com o controle que esses grupos tentam impor em comunidades é também crucial para dar um basta a esses arrojos dos criminosos em solo gaúcho. Pelo que toda a sociedade clama, seja qual for a classe social, é por paz e segurança para trabalhar e tocar a vida.