Por Sérgio Turra, deputado estadual (PP)
Convido o leitor a uma reflexão: onde o Estado deveria aplicar seus já escassos recursos? No pagamento integral dos salários dos servidores, no financiamento da saúde e da educação, ou no custeio de empresas de gás, energia e mineração? Essa questão é fundamental para definir o que queremos, de verdade, para o futuro do nosso Estado.
A experiência – aqui ou lá fora –mostra com clareza: um governo que pretende fazer de tudo não faz nada direito. Inúmeras estatais e autarquias foram criadas, envolvendo o setor público em serviços que não são prioridades – e que seriam executados com mais eficiência pela iniciativa privada. Casos da CEEE, CRM e Sulgás, cujas desestatizações estão em pauta na Assembleia Legislativa.
Após anos de terrorismo do PT, a população não vê mais a privatização como bicho-papão. Ao cidadão, não interessa o Estado ser dono de empresas de gás e mineração. Ele quer saúde de qualidade para sua família, a melhor educação para seus filhos, segurança dentro e fora de casa. Quer serviços que funcionem e atendam às suas necessidades essenciais.
Em 2018, os brasileiros elegeram governos de ideário claramente liberal. Por aqui, os candidatos que disputaram o segundo turno tinham as privatizações em seu plano de governo. Concessões e parcerias público-privadas são cada vez mais rotina no país, trazendo melhorias expressivas em diversos setores, sobretudo infraestrutura. Proposta que apresentei recentemente no Parlamento vai no mesmo sentido: um programa para que empresas destinem até 5% do saldo devedor do ICMS para obras de acessos asfálticos.
Chega de nos amarramos às velhas soluções. É preciso olhar para frente. Desestatizar essas companhias trará mais recursos ao Estado, além de permitir nossa adesão ao Plano de Recuperação Fiscal – caminho essencial para a sustentabilidade financeira dos próximos anos. E os parlamentares estarão atentos para que esse processo aconteça com segurança jurídica e garantias aos servidores das empresas.
Privatizar não é assinar um cheque em branco, como defendeu a deputada Luciana Genro. É carimbar nosso passaporte para um Rio Grande melhor, mais forte e desenvolvido. O futuro está pedindo passagem. É hora de superar ideologias e unir forças pelo bem dos gaúchos. Sem tabus ideológicos que nos prendem ao passado.