Por André Luís Woloszyn, analista de assuntos estratégicos
Os casos de comprometimento de informações e dados pessoais pelos aplicativos de serviços como WhatsApp e Telegram vem se multiplicando à medida que os smartphones se popularizam, e hoje se pode afirmar que são a principal ferramenta de ataques para os hackers em atividade no país. Da mesma forma, acontece com tudo o que se relaciona com as comunicações digitais, derrubando definitivamente a pretensa segurança e o caráter de privacidade da rede, tida como algo intransponível.
Ataques dessa natureza são corriqueiros, algo em torno de 120,7 milhões em 2018, sem mencionar os efetivados por meio de phishing scam, quando o usuário é convidado a clicar em um link, em forma de e-mail, supostamente verdadeiro. E, a contrario sensu, 30% dos crimes na web envolvem pessoas das relações diretas dos usuários, sem contar as pessoas que só são conhecidas por meio de redes sociais, situação que aumenta para 57%, segundo recente pesquisa da Microsoft. Este contexto vai ao encontro das estatísticas que revelam ser o Brasil, o segundo colocado no ranking mundial de crimes cibernéticos, incluindo golpes como fraudes, roubo de senhas bancárias e comércio de informações privadas, perdendo apenas para a China, já que possui 236 milhões de aparelhos ativados.
O pior dos cenários é o de que essa tendência é irreversível, com perspectivas de crescimento acelerado acompanhando, paralelamente, os avanços da tecnologia digital. Sendo assim, para uma maior segurança, resta como única opção a adoção de medidas preventivas de proteção, algo que tradicionalmente não faz parte de nossa cultura, contudo, responsável pelas intrusões. Dentre estas, evitar a utilização de redes públicas, alterar constantemente a senha e não usar a mesma senha para acessar diferentes sites, utilizar a criptografia nas mensagens e, em especial, não abrir e-mail desconhecidos ou, ainda, instalar software com procedência duvidosa. Com tais medidas básicas, podemos eliminar 80% das vulnerabilidades, acarretando em menor exposição.