Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
O sucesso não se impõe pela simples vontade individual. É algo que acontece a partir do reconhecimento dos outros, da notoriedade que se consegue como consequência da opinião de terceiros. O fenômeno alavanca oportunidades, ofertas e reconhecimento compensando o indivíduo. Ter sucesso é objetivo pertinente em nossas vidas e trata-se de buscar alimento para nosso bem estar em qualquer área de atividade que seja foco de nossos esforços.
A autoestima é fator de sucesso. Ela é a própria consciência de nossas capacidades de forma a acreditar no que podemos. Gostar de si mesmo é um fundamento do ser humano para que ele possa ocupar seu papel na sociedade e, inclusive, torná-la melhor com sua contribuição. A autoestima é forjada na família e na cultura. Nós, gaúchos, a prezamos e ela aparece em nosso hino: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.” Aí está uma expressão de orgulho de nossa gente. E mais: “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, uma outra face que clama por ética virtuosa em busca do sucesso. Ocorre que, em um dado momento, o excesso de autoestima pode ameaçar o indivíduo ou a sociedade com uma escassez de um ingrediente fundamental na sopa da existência: a humildade.
O positivismo sentou raízes profundas no Rio Grande a partir de Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros. Daí, foi se espalhando pelo Brasil como influência de vários outros líderes, daqui saídos, cuja visão foi a de fortalecer a sociedade via ação do Estado a partir do mérito de cidadãos que atuariam com espírito público da forma mais honesta possível para promover o bem comum despojando-se de suas ambições individuais. Promover o coletivo em detrimento do indivíduo tornou-se o mote aceitável para desenvolver o Brasil. Assim, o positivismo serviu a direita e a esquerda. E não deu certo.
Ele se choca com o conceito do cidadão livre, indivíduo com direitos inalienáveis, que através de seu sucesso ajuda a sociedade a produzir o principal: a riqueza. Isto está muito bem caracterizado na constituição americana e naquela sociedade. Ali, a autoestima é promovida e vem acompanhada com a exata medida de humildade. Ali, a virtude principal é a consciência de liderar servindo e não apenas ordenando e o estado não dirige o cidadão, ele é dirigido e serve. Assim deve ser e temos, aí, muito o que aprender.