Por Catarina Paladini, secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do RS
O esquema criminoso que vem lesando aposentados gaúchos, revelado pelo Grupo de Investigação (GDI) em GaúchaZH e no Fantástico, demonstra que é preciso avançar nas políticas de proteção ao idoso. Quando uma instituição financeira faz descontos não autorizados em contracheques a título de seguros jamais contratados, ela ataca a dignidade do idoso justamente no momento da vida em que ele necessita de amparo para enfrentar as limitações naturais do avanço da idade. Isso é inadmissível.
Uma das beneficiárias suspeitas, de acordo com a reportagem, é um banco com sede em Porto Alegre. Órgãos como o Procon estão disponíveis, nesses casos, para receber as denúncias. Se você tem ciência de irregularidades, vá até uma unidade do Procon e exerça a cidadania de maneira efetiva.
Há relatos, como o do agricultor aposentado Alvaro Machado Noveli, que recebe um salário mínimo do INSS e teve descontada uma "mensalidade" de R$ 18,74 por um ano, que beiram a crueldade. A Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos está empenhada em combater o empobrecimento da pessoa idosa e enfrentar a violência contra essa parcela significativa da população.
Com a crise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos, muitos idosos foram afetados com a falta de vagas de emprego e perspectivas de trabalho, mesmo gozando de boa saúde, experiência e comprometimento profissional. Estudos como o da psicóloga e doutora em Educação Caroline Buaes e da cientista social Elis Radmann, apresentados em debate da Fenadoce, em Pelotas, chamam a atenção para a urgência dessa pauta.
Estamos envelhecendo e temos que estabelecer garantias e direitos de maneira mais ampla. É isso que buscamos no Governo do Estado, em parceria com a sociedade civil e a imprensa, que cumpre um papel fundamental de fiscalização, como ficou demonstrado na reportagem de GaúchaZH.