A história do povo gaúcho nunca foi fácil. Nas nossas fronteiras, passamos por guerras e inúmeros desafios territoriais. Na política, passamos por tudo, desde esquerdistas radicais, que aumentaram os tentáculos do Estado e ampliaram a máquina pública, até pseudoliberais que, após eleitos, governaram de forma muito distinta do prometido ou, melhor, comprometido em campanha.
Estes componentes foram fundamentais para a quebra total do Rio Grande do Sul. Não temos mais a relevância no cenário nacional. Os outros Estados, no mesmo Brasil, nos ultrapassaram. Assistimos a tudo, cuidando dos nossos “umbigos” e tentando sobreviver a este ambiente tão hostil. No caminho, muitos desistiram e não podemos culpá-los. Foram viver ou empreender em cidades brasileiras mais propícias ao desenvolvimento e com menos travas burocráticas, resultando, entre outras consequências, em regiões desérticas, abandonadas. Porto Alegre é um exemplo disto, com vazios gigantescos e depredados.
Enfim, como gaúcho, posso abrir nossas feridas e pensar que o futuro depende, necessariamente, de uma mudança de mentalidade. Precisaremos repensar o Estado; atrair novos negócios, ser o polo de “alguma coisa”, virar referência de algo. As boas ideias não podem mais nascer e morrer sem implementação. Não podem ser mais rebatidas do que apoiadas. Reflitam. A cada novo projeto, temos uma legião de pessoas a criticar e enxergar problemas e uma “meia dúzia” apoiando e fazendo as coisas acontecerem.
Viramos os campeões da crítica e do pessimismo e os últimos colocados em otimismo. No que mudamos? Por que saímos de um Estado próspero para a situação atual? Certamente não foi algo isolado, mas uma série de fatos políticos e econômicos que, como cidadãos, não interferimos e deixamos chegar onde chegamos. Será necessário reavaliar, reduzir a burocracia e apoiar as verdadeiras soluções, caso contrário, viraremos um Estado de passagem para as próximas gerações.