Por Afonso Hamm, deputado federal (PP/RS)
Temos visto, nos últimos anos, uma escalada de violência no país. Antes restrita aos centros urbanos, a criminalidade avançou e tem levado pavor ao campo.
Conhecendo a realidade dos residentes rurais – que muitas vezes não dispõem de sinal de telefone, internet e tampouco policiamento –, os bandidos, organizados em quadrilhas, passaram a atacar famílias e a roubar animais, maquinários e defensivos agrícolas. De acordo com a Farsul, os prejuízos aos produtores ultrapassam 70 milhões de reais, sem contar os riscos à saúde pública ocasionados pela venda de carne sem procedência.
Na mesma proporção dos índices positivos do agronegócio, setor que é responsável por 46% do PIB gaúcho, tem crescido a ação dos criminosos para apropriar-se das riquezas produzidas no campo. É como se os agricultores estivessem colhendo algo que nunca plantaram: a insegurança.
O abigeato, por exemplo, representa 75% dos crimes rurais, que englobam ainda sonegação fiscal, contrabando e maus tratos aos animais. Também não podemos fechar os olhos para o fato de que os delitos são praticados contra pessoas, na maioria das vezes, indefesas. Estruturas organizadas atuam com armamento pesado, frota de veículos e sistema de comunicação.
O trabalho da força-tarefa da Polícia Civil e a atuação ostensiva Brigada Militar não deixam dúvidas que há muito trabalho pela frente. Desde 2016 foram presas 261 pessoas que cometeram crimes contra produtores no Rio Grande do Sul. A polícia também desarticulou 37 quadrilhas, recuperou 1.103 bovinos e restituiu um valor equivalente a 568 cabeças de gado aos pecuaristas vítimas de abigeato.
Com o intuito de oferecer condições de proteção e de preservação da legítima defesa a quem vive, trabalha e produz nas zonas rurais, estamos propondo a discussão sobre o Porte Rural de Armas, PL 6717/16. A inciativa quer garantir a defesa da vida e do patrimônio de famílias que cumprem o papel de colocar comida na mesa dos brasileiros. O campo não pode esperar e precisa se proteger.