É urgente a necessidade de destravar a economia. Entre os sinais evidentes de que essa é uma questão emergencial está a nova e inquietante queda da produção industrial, registrada em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A esse dado concreto soma-se o ceticismo com o futuro da economia, que começa a ganhar corpo entre empresários brasileiros e investidores estrangeiros. Por isso, é fundamental que as novas medidas prometidas sejam implementadas o quanto antes.
Os desempregados e o setor produtivo de uma forma geral não têm mais tempo a perder
O anunciado pacote com o objetivo de destravar o setor produtivo é um início promissor na direção da modernização das relações que movem a iniciativa privada no Brasil. Diante do aumento das incertezas no mercado, o governo precisa mostrar que não está parado. Só com o aumento da confiança na reativação da economia será possível tirar o país da estagnação na qual se enredou e enfrenta dificuldades crescentes para sair. Simultaneamente, é preciso assegurar a implantação de ações concretas para que isso ocorra de fato.
A reforma da Previdência, hoje em debate no Congresso, é uma das alternativas para o início da solução da crise. E, embora não seja a única, é a mais necessária e a mais urgente para que o país possa encaminhar um rumo em direção a um mínimo de equilíbrio nas hoje desorganizadas contas públicas. Por isso, e pelas dificuldades acima do esperado que vem enfrentando em sua tramitação na Câmara, o projeto deveria merecer hoje mais atenção por parte do setor público.
A essas mudanças, somam-se outras também inadiáveis, algumas das quais estão em consonância com o pacote em elaboração pelo Ministério da Economia. É o caso das destinadas a enfrentar questões como a tributária e das com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios de maneira geral, hoje travado por deformações fiscais. O país precisa assegurar ainda, e de imediato, maior segurança jurídica para os investidores. Ao mesmo tempo, é necessário definir políticas adequadas para a educação, que possam propiciar ganhos de produtividade.
O país não pode mais continuar refém de erros sucessivos por parte de governos anteriores que culminaram com uma resistente estagnação da atividade econômica. Os desempregados e o setor produtivo de uma forma geral não têm mais tempo a perder.