Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Se Zack, o marciano boa gente, chegasse hoje no território brasileiro, acharia jornais antes de smartphones. Aquelas peças com escrita terráquea estariam impregnadas de artigos escritos por gente nascida naquelas paragens. Zack, como ser universal evoluído que é, rapidamente se capacitaria a ler. Os textos têm como objetivo hostilizar um personagem que parece ter sido escolhido, por grande maioria da população, para ser – pasme, Zack – o representante deste povo no sentido de alterar o rumo de coisas que não estavam dando certo. Segundo estes pedaços de papel que Zack encontraria amassados nas ruas, o eleito já deveria estar preocupando-se em sair, em afastar-se, porque não estaria à altura do cargo. Zack descobre que estes papéis são a imprensa e concluí que há um conflito de interesses entre ela e o povo que acabara de escolher o eleito.
Zack descobriria, ainda, que a população deste lugar não vive bem e que o eleito montou uma equipe de gente nova, técnicos na maioria, com propostas concretas para melhorar a segurança da população e resolver o futuro das novas gerações. Notaria a existência de dois outros poderes que o eleito tem de convencer para isto. Um chefiado por um sujeito que tem um apelido de time de futebol – ele leria Botafogo em um jornal – e que, na realidade, comanda um grupo de sujeitos também eleitos pelo povo numa casa chamada Congresso. Aí, Zack não entenderia: o povo elegeu os dois e eles estão se confrontando? Em papéis mais antigos, Zack leria que o Congresso usou um montão de dinheiro público para ajudar na reeleição de seus integrantes, um monte de gente responsável pelo que acontecia antes do eleito ser eleito. Zack, o marciano boa gente, não acharia aquilo justo! Ainda ficaria para Zack a dúvida sobre os responsáveis pela justiça daquele povo. Ficaria sabendo que a maioria dos juízes fora indicada por aqueles que, eleitos anteriormente, geraram o sofrimento atual. Zack leria na imprensa que o responsável, apesar de estar apenas há quatro meses no cargo, seria o atual eleito, mas não levou isto a sério, pois sabia que ninguém consegue fazer nenhum mal no universo em tão pouco tempo. Nesta altura, Zack acharia um smartphone. Clicaria num passarinho e, ao ler o que apareceria, decidiria: vou ficar neste planeta até 26 de maio para ver o que acontece.