Por Enio Bacci, diretor-geral do DetranRS
A luta contra a acidentalidade causada por pessoas alcoolizadas na direção evoluiu muito nos últimos anos. Agora, chegou a hora de passarmos para outro patamar: queremos tirar das ruas não apenas quem bebeu, mas também quem fez uso de drogas que alteram a percepção e os reflexos, tal como preconiza o Código de Trânsito Brasileiro.
Em outros países, a forma de coibir o uso de drogas ao dirigir inclui o uso de drogômetros, aparelhos para medição do nível dessas substâncias no organismo, a exemplo do que já é feito aqui com o etilômetro, o popular bafômetro. Mas não podemos simplesmente importar equipamentos utilizados em outros países, já que a prevalência das drogas consumidas no Brasil não é a mesma. Aqui no RS, drogômetros que analisam na hora amostras de saliva já foram testados em blitze da Balada Segura pelo Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas e UFRGS.
Tornar o projeto realidade, porém, é um desafio que estamos determinados a enfrentar, à frente do DetranRS. Vamos batalhar em nível federal por uma regulamentação dos drogômetros e dos níveis de dosagens aceitáveis, inclusive para drogas lícitas que perturbam a capacidade de conduzir, como medicamentos que têm como efeitos colaterais sonolência ou vertigens. Mas se pudermos medir com segurança pelo menos uma droga, como a cocaína, por exemplo, já estaremos dando um primeiro passo importante.
Podemos discutir como fazer o controle do uso de drogas por motoristas. O que é indiscutível é que a medida é necessária e urgente. Por isso, essa será uma das bandeiras da nossa gestão à frente do DetranRS. O governo federal já acenou positivamente nesse sentido – e vontade política é meio caminho andado para criar uma nova realidade, mais segura para todos.