O uso do chamado "drogômetro", equipamento que testa se os motoristas consumiram substâncias psicoativas antes de dirigir, está em análise pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O ex-superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Jerry Adriane Dias, é membro da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, e afirma que há possibilidade de liberação do uso do equipamento nas barreiras policiais a partir de uma resolução por parte do Contran.
— Estamos discutindo a necessidade de incluir o equipamento antes mesmo de criar uma nova lei, para já usá-lo nas blitze. Seria apenas uma resolução, mas falta a definição por parte do Contran — afirma Dias.
O inspetor é também redator do texto alternativo do projeto de lei (PL) 317/2015, apresentado na Câmara pelo deputado federal do RJ, Hugo Leal (PSD). Leal é autor da lei seca, que extinguiu qualquer tolerância de álcool no sangue para efeitos de infrações de trânsito. O PL está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados desde agosto de 2017.
Para tentar destravá-lo, o parlamentar vai incluir no projeto o estudo apresentado nesta terça-feira (11) pelo Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas da Capital. Os exames foram realizados em condutores parados em blitze, recolhendo amostras de saliva. Dos 164 que participaram testes, 20% deram positivo para ao menos uma dessas substâncias: cocaína, maconha, remédios para insônia e anfetaminas.
— A necessidade do projeto é reforçar o texto legal de que o equipamento vá ser homologado pelo Departamento Nacional de Trânsito, apoiado pelas manifestações da Anvisa e do Inmetro — ressalta o ex-superintendente da PRF gaúcha.
A partir de consulta a especialistas, os pesquisadores que realizaram o estudo, Flávio Pechansky e Juliana Scherer, concluíram que três dos quatro equipamentos têm nota superior a 8 em confiabilidade, em uma escala até 10.