Por Humberto Schimitt Vieira, advogado, teólogo, pastor presidente da IPAD (Igreja Pentecostal Assembleia de Deus) – Ministério Restauração
Há basicamente quatro razões que levam a maioria dos evangélicos a adotar uma posição pró-Israel e suas demandas.
Por razões de espaço, trataremos somente sobre as duas primeiras, que são a fé nas promessas de Deus e na profecia bíblica.
Com efeito, a promessa divina é de abençoar os que abençoarem Israel e sua descendência (Gn 27.29; Nm 24.9; Gn 12.1-3).
A razão dessa escolha de Deus seria porque, a partir de Israel, viria à humanidade, por meio de uma virgem, o Cristo, Jesus (Is 7.14).
Posteriormente, na história, Jerusalém é estabelecida como a capital de Israel e lugar onde aquele povo adoraria ao Senhor (1 Cr 23.25). Em decorrência, Deus promete prosperidade aos que amarem Jerusalém e orarem por sua paz (Sl 122.6-9).
Quanto à profecia bíblica, o Novo Testamento ensina que, com a vinda e obra salvadora de Jesus, a razão de Israel ser o povo exclusivo cessa, e se abre uma "janela" aos demais povos, os gentios. Contudo, isso não significa a rejeição de Israel – como entendeu certa parte do cristianismo, o que permitiu a perseguição aos judeus (Rm 11.1-2). A salvação de Deus, agora, é oferecida indistintamente a todos (Rm 10.12).
Essa "janela" se chama tempo dos gentios. Foi aberta com a morte e ressurreição de Jesus, e será fechada quando Cristo vier para arrebatar para si os cristãos – vivos e mortos – que levam ou levaram, respectivamente, uma vida santa.
Na profecia de Jesus, o que preanunciaria o fim do tempo dos gentios, entre outros sinais, seria o restabelecimento do Estado de Israel, o que ocorreu na década de 1940, decênio que viu, também, outros sinais (II Grande Guerra, invenção do computador, etc).
Porém, segundo a profecia, o que marcará a vinda de Jesus será a total libertação de Jerusalém do domínio dos gentios (Lc 21.24).
Assim, por quererem o bem do Brasil e o pronto cumprimento da profecia para a igreja de Jesus, os evangélicos apoiam medidas que impliquem o pleno restabelecimento de Israel, entre as quais o reconhecimento de Jerusalém como sua capital.