O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (1º) que "é direito" dos palestinos reclamarem de sua intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, mas que pretende fazer isso antes do fim de seu mandato, em 2022.
A declaração foi dada após Bolsonaro sair de almoço em um hotel em Jerusalém, um dia após anunciar a abertura de um escritório de negócios na cidade – uma repartição sem status diplomático. Nesta segunda, porém, o brasileiro voltou a afirmar que pretende sim mudar a embaixada, uma de suas promessas de campanha.
— Tenho compromisso, mas meu mandato vai até 2022. Tem que fazer as coisas devagar, com calma, sem problemas — afirmou.
— O que eu quero é que seja respeitada a autonomia de Israel. Se eu fosse hoje abrir negociações com Israel, eu colocaria a embaixada onde? Em Jerusalém. Não queremos ofender ninguém, mas quero que respeitem a nossa autonomia — concluiu.
Questionado por jornalistas como essa decisão seria recebida pelos palestinos e se ela viola resoluções da ONU sobre Jerusalém, o presidente disse que "é direito deles reclamar".
No domingo, após o anúncio da abertura do escritório em Jerusalém, a Autoridade Palestina condenou "nos termos mais fortes" a decisão brasileira e convocou seu embaixador no Brasil para consultas.
O comunicado palestino considera a decisão brasileira "uma violação flagrante da legitimidade e das resoluções internacionais, uma agressão direta ao nosso povo e a seus direitos e uma resposta afirmativa para a pressão israelense-americana que mira reforçar a ocupação e a construção de assentamentos e na área ocupada em Jerusalém".