Por Eliani Gracez, coaching e psicanalista
Pessoas dominadoras, em uma relação, gostam da submissão e do poder que exercem sobre o outro. Mais do que isso, o dominador tem prazer em ver o outro obedecendo. O dominador, em muitos casos, cuida bem do outro, tornando-se um bom cuidador (aquele que cuida na dor). Isso acaba sendo uma dificuldade a mais no desenvolvimento das habilidades e do potencial da mulher.
Faz parte do perfil do dominador levar a mulher a crer que tudo o que ela precisa é de um "cuidador", afinal, o "cuidador" não lhe deixa faltar nada. Ele providencia todas as suas necessidades, inclusive ensinando o que a mulher precisa saber. E assim o opressor da mulher se torna seu cuidador, seu professor, seu pai, seu marido, tudo em um homem só.
Mulher é intuitiva e aprende com a experiência, cada momento da vida a mulher intui o caminho. Existe uma máxima que diz que a mulher não reza no altar do outro, mulher reza no seu próprio altar.
A violência contra a mulher tem sido tratada como se fosse somente uma violência física que deu origem a lei Maria da Penha, embora a lei Maria da Penha contemple também a violência psicológica. Uma das causas da violência física está na necessidade de dominação do homem, e quando a mulher não se deixa dominar, o dominador parte para ameaças e força bruta, chegando, em muitos casos, a matá-la.
Preferindo a ver a mulher morta do que fora do seu domínio. Aniquilar com o psicológico da mulher é uma das formas de fazê-la crer na sua incapacidade em gerenciar sua vida a partir de suas habilidades, e fazê-la crer na inexistência da potência feminina. Como se potência somente existisse no homem. Com isso, a "potente criatura" se acha no direito de praticar crimes contra a mulher, crimes de tortura, crimes contra a liberdade do indivíduo. Usando sua potência para o crime, e não para andar lado à lado da potência da mulher. Esquecendo-se de que a paz mundial começa dentro de casa.