Por Nadir Silveira Dias, jurista, escritor e jornalista
A mulher diz que trabalha mais do que o homem porque a sua jornada de trabalho é dupla ou tripla. Diz que ganha menos do que o homem. E que também por isso tem que ter prazo de aposentadoria menor que os dos homens.
Sem distorções, a bem da verdade, e como dizia Jack, por partes, que a coisa não é bem assim, não.
A mulher tem jornada de trabalho dupla ou tripla porque optou por isso. Todos conhecem mulheres que não têm sequer uma jornada obrigatória, entre tantas outras que a têm, além de duplas e triplas. Coisas que o homem também tem, quando tem que assumir encargos da mãe que se foi.
A assertiva de que ganha menos do que o homem é apenas e tão somente meia verdade. Eu trabalhei toda a vida na iniciativa privada, na iniciativa pública e na iniciativa privada novamente e nunca soube de qualquer mulher trabalhando junto comigo que, fazendo o mesmo trabalho que eu, ganhasse menos do que eu. E exceções, todos sabem, existem em qualquer compartimento jurídico, social ou vivencial que se ponha sob foco, mas precisa ser feita sem paixões essa análise, sob pena de plena distorção da realidade.
E ela, que clama por igualdade, na aposentadoria insiste que tem que se aposentar com tempo inferior ao dos homens. Uma claríssima incoerência, pois todas as estatísticas demonstram que a mulher vive mais do que o homem. Logo, se a mulher vive mais do que o homem, cabem, de pronto, duas perguntas: se vive mais do que os homens, não seria ela que deveria se aposentar com mais tempo do que o homem? Ou, ao contrário, não será que ela vive mais exatamente porque se aposenta antes do que os homens?
Em resumo, a mulher quer a igualdade entre os gêneros ou a prerrogativa por ser mulher? E o homem não deveria ter igual prerrogativa quando assumisse a condição de pai e de mãe? Igualdade, quando possa ser viável, não pode ser parcial. Igualdade é e precisa ser integral! Bom êxito!