Por Daniel R. Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon S.A. Implementos e Participações e presidente do Conselho Superior do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP)
Nascemos ouvindo que o Brasil é a “terra do jeitinho” e da impunidade. A prática mostra que a chegada de um novo governo, assim como um casamento, tem uma “lua de mel”, a chamada trégua de cem dias. Na esperança de ter um Brasil melhor para nossos filhos e netos, independentemente de classe social, cor ou credo, vejo na atitude do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, uma quebra desta maldição retrógrada. No primeiro dia do ano legislativo, apresentou aos congressistas um plano que aponta para a renovação e a inovação da legislação penal. Propõe que o criminoso seja tratado como tal e com a pesada mão da Justiça e do governo, eleito por uma população cansada de corrupção, prisioneira em suas casas e que sepulta rotineiramente pais, mães e filhos. Estas, sim, são as verdadeiras vítimas e carentes de direitos humanos.
Mesmo que incompleto e inacabado, o “pacote anticorrupção” chega costurado politicamente para ser amplamente debatido, aperfeiçoado e, somente então, aprovado. Confiante, me associo a milhares de brasileiros positivamente impactados. Bolsonaro, Moro, Guedes e qualquer outro membro do governo federal não podem e não devem ser vistos como “Messias” e nem que o Brasil tornar-se-á uma perfeita e ilibada nação.
O Brasil está tendo uma chance de ouro para mostrar à comunidade internacional que a lei brasileira é cumprida e que o mal é severamente punido. Um governo deve focar no bem-estar da população, prestando serviços de qualidade em saúde, segurança e educação.
Os próximos meses e, até mesmo anos, proporcionarão uma profunda melhora, oferecendo à classe empreendedora oportunidades de crescimento, com a concessão de serviços que não cabem ao poder público realizar. Tenho uma enorme esperança. Que seja assim com a tão esperada reforma da Previdência, que tantos benefícios trará para o equilíbrio financeiro público, para as empresas e para os cidadãos que precisam ter uma vida digna após a aposentadoria.
E que a inovação e as mudanças não parem por aí. Que este início sirva de estímulo para enxugar e desburocratizar a máquina pública e reduzir o injusto bolo tributário. É a chance de o Brasil sair dos bastidores e do obscurantismo político-ideológico para brilhar no grande palco para ele reservado, ao lado de outras importantes economias.