Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A
Tudo o que acontece tem causa: a catástrofe de Brumadinho, uma evidência da incompetência que existe no país para lidar com a sustentabilidade, ou a recente publicação do World Economic Forum onde consta que nossa educação ocupa o 119° lugar no mundo em qualidade, atrás da Namíbia, do Zimbábue e do Sri Lanka, outra grande incompetência, ou ainda os recordes de impunidade e lentidão judicial para todo tipo de crime com personagem de qualquer “colarinho” que se deseje. Também tem causa a reação barulhenta à corrente vencedora nas eleições recentes e que sugere, pela primeira vez na história do Brasil, um processo conservador nos valores e liberal na economia. O boicote é ensurdecedor neste início de gestão, não apenas pela esquerda, mas, sim, por todo e qualquer cidadão que já se julgue prejudicado pelas eventuais mudanças que virão.
Nossas crenças estão na causa disso tudo. Elas são os valores originados de nossa cultura que é construída ou destruída pelo nosso mundialmente descolocado processo de educação. Observe-se que uma educação frágil dá lugar a credos também frágeis, passíveis de manipulação e que podem estabelecer, mesmo com robusta democracia, sistemas artificiais de poder que, dependendo de sua estirpe, levam uma sociedade inteira ao fracasso. Nossa sociedade é produto do que acreditamos. E acreditamos no que aprendemos.
Se pais não acreditarem num futuro melhor para seus filhos pela via da boa educação, custe ela o que custar, começam aí os problemas. Se leis são descumpridas por descrédito e, ao invés de crer no trabalho honesto para progredir fazendo riqueza, criamos atalhos (os jeitinhos) para o sucesso, estaremos minando toda a sociedade.
Diante disso, cabe um trabalho de reconstituição de valores conservadores aprimorando o credo na hierarquia, na família, na ordem, nas leis, na punição real dos desonestos, na liberdade individual, na moeda e nos contratos. Essa é a mais importante missão de quem dirige a nação. Além disso, a busca por uma educação de excelência, um relacionamento com países de referência mundial com capital e tecnologia voltados para maior intercâmbio econômico é ponto fundamental. Uma abertura econômica racional gerando um cartão de visitas de uma economia sem entraves, liberal. Revisitar nossas crenças é boa solução para a causa de nossos problemas.