A mudança na atuação das forças de segurança pública, que passaram a dar pronta-resposta ao usar mais o serviço de inteligência da Brigada Militar como prevenção da ação de quadrilhas, é um alento para a população gaúcha. Esse é o caminho a ser buscado, num Estado em que, devido principalmente à crônica crise financeira, conta com efetivos mínimos de policiais militares em dezenas de municípios de pequeno porte. Os moradores dessas localidades não podem continuar vivendo sob o medo permanente ou sendo submetidos a intimidações como as registradas agora em Ibiraiaras, onde um bancário acabou entre as vítimas fatais.
A alternativa mais racional para compensar o número insuficiente de policiais é uma ênfase maior ao uso mais racional tecnologia, e não apenas de forma reativa. Foi graças a essa estratégia, e com base num ranking elaborado em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que a Brigada já tinha as informações da iminência de um assalto em regiões mais ao norte e serrana do Estado. Cerca de meia hora depois dos ataques, tropas especializadas, formadas por integrantes de três batalhões de operações especiais. já estavam no local. E, o que é importante, com a atuação reforçada por um helicóptero do Batalhão de Aviação no deslocamento dos criminosos.
O recrudescimento no número de casos de assalto a bancos em pequenos municípios, numa velocidade muito superior à capacidade de reação do poder público, reforça a importância da ênfase ao uso da inteligência e da tecnologia, de forma planejada, por parte das forças policiais. Em meio aos temores generalizados, fica difícil para a população compreender que criminosos condenados possam se juntar para tomar de assalto uma cidade, aterrorizando os moradores. Por mais que se compreenda os limites da lei e as capacidades dos presídios, o fato é que é alta a probabilidade de presos soltos morrerem em brigas de facção ou em confrontos com a polícia.
A população gaúcha não pode continuar subjugada pela força do crime organizado, sob o comando de facções em sua maioria ligadas ao narcotráfico, de dentro ou fora dos presídios. A indignação só pode ser tornar ainda maior quando se acumulam atos praticados por pessoas que só estão na rua por motivos inaceitáveis como a falta de vagas no regime semiaberto, por exemplo. A segurança do cidadão é um dever do Estado, que precisa encontrar saídas com os meios ao seu alcance.