Por Ricardo Nogueira, psiquiatra
Nesta época do ano, preconiza-se o amor, a paz e a união. Mas, lamentavelmente, nem sempre temos isso nas nossas vidas e essa carência nos deixa em uma situação de desespero. Passamos um ano difícil e no final, obrigatoriamente, temos que fazer um balanço da nossa vida. Muitas vezes, esse balanço não é positivo, especialmente quando se trata de amor, paz e união. Isso gera questionamentos e cobranças sobre os motivos dos erros.
Tentamos, ainda nos estertores do ano, recuperar o terreno perdido. Algumas vezes conseguimos e, em outros momentos, consolidam-se a perda e o abandono. Essa constatação nos coloca em uma situação de desespero. Não vendo uma saída, muitas pessoas se resignam, fogem ou se entregam à própria falência. Para evitar que isto aconteça, sugerimos que todos tenham a humildade de procurar ajuda. Como muitas pessoas não suportam as suas derrotas, nós temos que oferecer ajuda. Obviamente, as primeiras pessoas a quem recorremos são nossos amigos e familiares, mas muitas vezes sentimos vergonha de estar nessa situação.
Portanto, mesmo quando os amigos e familiares não são procurados, é essencial se buscar um apoio. Essa ajuda pode iniciar por meio de uma ligação ou mesmo por redes sociais de serviços especializados, como o do Centro de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio do Hospital Mãe de Deus.
Esse contato pode fazer toda a diferença. É uma forma de desabafar, de se sentir menos sozinho, de pedir ajuda. Quando necessário, os casos podem ser encaminhados a um atendimento especializado e ocorrer até a internação hospitalar.
O suicídio é um evento causado pelas síndromes dos DES: desespero, desamparo, desamor, desemprego e muitos outros DES estudados. Nesta época, notamos um aumento dessa situação. Tenhamos humildade em pedir e procurar ajuda!