Por Themis Groisman Lopes, psiquiatra
Nossa vida é uma jornada, na qual encontramos caminhos e atalhos que podemos trilhar, com alegria ou com tristeza, com realizações ou decepções. Existem perdas e ganhos nesta estrada, mas todos servem para que sejamos um pouco mais sábios e alunos mais aplicados.
Sabemos como foi difícil para os brasileiros o ano de 2018. Em todos os setores e atividades ocorreram problemas. Na área política, os conflitos foram vários. Tantas contendas entre partidários opostos. Tanta agressão nas redes sociais e fora delas. Quantas amizades desfeitas por ideias opostas. Tantas fake news que geraram maiores atritos. Situação financeira complicada para a maioria do povo. Sem falar nas notícias de corrupções, desmandos e violência.
Estaremos chegando em pouco tempo ao final do ano. É um período em que necessitamos ficar mais reflexivos e realizar um balanço de nossas condutas. Como dizia o filósofo Lao-Tsé: "Grandes atos são feitos de pequenas atitudes".
É hora de perdoar as ofensas. É o momento de perguntar: quantas vezes tomamos alguma atitude para tornar o outro feliz ou para elogiar alguém? Para emprestar o nosso ombro solidário àqueles que tanto dele necessitam? Quantas vezes estendemos a nossa mão para outras que nos estenderam?
Quem sabe tudo o que as pessoas desejavam era só um aperto de mão? Quantos abraços demos às almas sedentas de carinho? Quantas vezes dissemos: eu estou aqui, podes contar comigo? E quantas vezes o realizamos na prática?
Que no novo ano a solidariedade seja o gatilho que impulsione as relações entre os homens. Que as disputas sejam só as esportivas. Que os impulsos agressivos sejam sublimados e se expressem na arte, na música, na literatura. Que a palavra amigo tenho o sentido restrito de uma amizade fiel e o mais amplo de um comprometimento sincero. Que o amor sobrepuje o ódio, tornando o mundo um lugar aprazível de viver e muito mais humano.
Será tão difícil encontrar o caminho da reversão?