Por Walter Lídio Nunes, vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
No mundo exponencial, onde a inovação intensifica a digitalização da sociedade e a sua socialização, a educação ganha relevância na formação do cidadão. Neste processo evolutivo, suas definições são uma decisão da sociedade, e não de professores ou corporações. A educação, além do conhecimento, deve ensinar a relação indivíduo-Estado regulada por direitos e deveres, codificados por regras e valores para qualificar o cidadão para a participação sociopolítica. Com isso, o exercício da cidadania demanda fundamentos multifuncionais para que se tenha uma sociedade com qualidade de vida.
É preciso aprender que, na democracia representativa participativa, o papel do Estado indutor do bem social não pode ser maior do que a sociedade, nem gozar de privilégios; que participar excede o votar e que o Estado deve estar subordinado ao controle social do cidadão, e não a interesses de políticos. A sociedade precisa conscientizar-se de que a democracia igualitária é inexorável, assim como o liberalismo, a meritocracia e a competição num ambiente de empreendedorismo sustentável. A maturidade destes processos determina o desenvolvimento dos países. É preciso entender a sustentabilidade planetária no seu cotidiano, respeitando os limites da biosfera como parte da “cidadania global”.
A educação brasileira, no ranking mundial de obtenção de conhecimento, está na deprimente 60ª colocação entre 76 países, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e defasada nas práticas, valores e processos de socialização na preparação da cidadania. Na escola, reforçam-se os direitos, mas esquece-se de equilibrá-los com deveres. O politicamente correto se caracteriza por não haver limites, por poder fazer tudo e por não poder punir o aluno. Na vida moderna, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio deveriam ser de tempo integral, em função da realidade social familiar atual. Na formação profissional, dever-se-ia planificar profissões baseadas nas demandas da economia e da sociedade e diminuir a formação nos ramos onde as novas gerações não terão oportunidades. A educação é o pilar fundamental para a construção de um país. Os que saíram da miséria e se tornaram desenvolvidos valeram-se de um planejamento educativo estruturado como base para o desenvolvimento. Sem a participação da sociedade e as mudanças paradigmáticas visando a uma educação qualificada, não sairemos da mediocridade em que estamos mergulhados. A sociedade precisa se sobrepor às corporações e impor a sua aspiração por um Brasil melhor.