Por João Fortini Albano, engenheiro civil e doutor em Transportes
No Brasil, a maioria das pessoas é transportada por ônibus, particularmente no meio urbano. Em Porto Alegre temos um sistema razoável devido às pistas segregadas do tráfego geral localizadas no espaço que antes era destinado aos bondes elétricos. Ainda temos muito a melhorar, face a problemas de lotação em determinados horários; frequência; itinerários e tempo de viagem.
O tempo de deslocamento é um dos maiores valores da modernidade.
Agora pretende o gestor de nosso tráfego urbano implementar mais algumas faixas exclusivas em vias arteriais de nossa cidade. É uma ação de baixo custo que contribui para a redução da interferência causada por outros veículos na operação dos ônibus.
Desta forma, melhora-se a velocidade dos coletivos, principalmente no horário do pico, quando o veículo circula nesta faixa de rolamento reservada localizada junto ao meio fio da via.
Esta medida perde um pouco a eficácia quando há necessidade de conversão à direita dos outros veículos do fluxo.
As faixas de rolamento exclusivas para ônibus são demarcadas no piso por uma linha horizontal azul que deve ser renovada constantemente.
Num primeiro momento ocorrem muitas reclamações dos condutores dos outros veículos que ficam comprimidos em um espaço menor, mais congestionados e com menor tempo de deslocamento.
Por outro lado, julgamos que a implantação das faixas exclusivas de ônibus é boa porque, como a capacidade de um ônibus é superior à de um carro de passeio, há uma redução grande no tempo de deslocamento da maioria dos usuários do sistema.
Como em tudo, a operação para funcionar, deve ser bem acompanhada por monitoramento e presença de agentes fazendo valer a medida no horário estabelecido.
Estas faixas são utilizadas com bons resultados em cidades brasileiras como Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro e em Porto Alegre com algumas implantadas na Zona Sul.