Por Luís Alberto Thompson Flores Lenz, procurador de Justiça
Superado o segundo turno e em se sabendo o resultado das urnas, deve-se fazer uma avaliação do que foi decidido.
Para tanto, impõe-se ter presente que a eleição de Bolsonaro, com o expressivo montante de 55% dos votos válidos, foi uma reação da sociedade brasileira contra o sistema político implantado em nosso país.
Mas, mais do que isso, foi uma demonstração de que o povo não aceita mais os desmandos praticados em nome de uma ideia de poder ou de um determinado partido.
Na verdade, quem elegeu o futuro mandatário do Brasil foi o próprio PT, notadamente ao patrocinar, sucessivamente, o mensalão, o petrolão, o assalto às estatais, o desarranjo integral da economia, a incompetência gerencial, a invasão de terras, a ocupação de prédios públicos e rodovias etc.
Isso somado ao sistemático ataque à legítima autoridade do Estado, aliado à partidarização dos sindicatos, das universidades públicas e o culto à personalidade de determinado condenado.
Todo esse proceder nefasto afastou a sociedade e principalmente a classe média de tal agremiação partidária.
Na falta de opção, o eleitor se voltou para aquele que, em sua visão, contestava essa realidade, transformando o mesmo em paladino na luta contra o PT.
Personificou, ainda, nessa pessoa, todas as virtudes identificadas em nossas Forças Armadas, como a ordem, a competência, o profissionalismo, o espírito público e, principalmente, a autoridade, que obviamente não pode ser confundida com autoritarismo.
Isso porque o Brasil hoje atravessa a maior crise da sua história, uma vez que, além de assolado pela corrupção, ele está inserido em uma gravíssima onda de criminalidade, permeado por poderosíssimos cartéis de entorpecentes, que inclusive alijaram da influência do Estado imensas áreas do território nacional.
Só resta esperar, para encerrar, que a nova gestão seja coroada de pleno êxito, e que não repita qualquer dos equívocos acima apontados.