Por Daniel R. Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon S.A. Implementos e Participações
Qual o real serviço prestado pelas pesquisas de intenção de voto sobre a escolha nas urnas? É preciso ter bem presente que se trata de uma fotografia de um momento específico. Como seria operacionalmente impossível e economicamente inviável pesquisar toda a base que integra o eleitorado brasileiro para uma eleição do porte da que estamos prestes a realizar, é necessário alcançar uma mostra representativa da população, que considere características semelhantes para que retrate um comportamento verdadeiro.
Sim, os institutos de pesquisa precisam e podem ser idôneos, e não têm o direito de perder de vista sua enorme responsabilidade na busca e no trato dos dados porque as pesquisas eleitorais se prestam a vários objetivos. Elas orientam estratégias dos partidos políticos e, perigosamente, podem influenciar diretamente na tomada de decisão dos destinos do país. O risco é que essa influência polarize ainda mais as opções e conduza o eleitor a escolher apenas os que estão à frente nas pesquisas. Isto só corrobora a tese de alguns candidatos de ter somente um turno nas eleições! Por quê?
Por mais que estatisticamente seja provado, será que uma pesquisa junto a 2 mil eleitores reflete a vontade de quase 147 milhões de brasileiros aptos a votar? Às vezes, ficam fora da margem de erro exemplos como o de João Doria vencendo no primeiro turno para a prefeitura de SP ou há quatro anos o atual governador Sartori indo para o 2º turno em primeiro lugar. Ficam algumas perguntas. Os eleitores estão decidindo ou mudando o voto na última hora? Os entrevistados omitem informações? Ou precisamos rever o modelo das pesquisas para melhorarmos a assertividade?
Uma alternativa é a pesquisa digital (por internet, telefone e presencial). Hoje, 130 milhões de brasileiros já utilizam, mensalmente, as mídias sociais, sendo 92% via smartphones. A pesquisa digital pode garantir menor custo e maior amplitude, imparcialidade dos entrevistadores e transparência na manipulação dos dados, afastando o risco da exclusão de informações ou definição de região.
Antes de nos influenciarmos por uma mostra, vamos pesquisar muito sobre os candidatos para votarmos conscientes e de forma soberana. Afinal, estamos elegendo o nosso futuro.