Por Catia Bandeira, jornalista e sócia-diretora da CDN Sul
Nada contra a realidade aumentada, só que tudo a favor da humanidade aumentada. O trocadilho a partir da tecnologia na qual o usuário continua vendo o mundo real, complementado de alguns elementos virtuais, foi usado pelo dinamarquês Jesper Rhode em sua palestra sobre "Inovações Exponenciais e o ser humano de amanhã" na segunda edição do BS Festival, evento de criatividade e inovação que fez 1,5 mil pessoas tentarem conviver o mais harmoniosamente possível com a chuva e se movimentarem por vários prédios e espaços dentro do 4º Distrito de Porto Alegre neste sábado. Jesper exortou que os programadores deveriam tentar ir além dos códigos e desenvolverem seu trabalho também com criatividade e arte.
Com outras palavras porém em um mesmo sentido, o norte-americano Jeff Burton – contemporâneo e tão audacioso quanto a dupla de Steves, Jobs e Wozniak, fundadores da Apple – defendeu o porquê de a mentalidade da Universidade de Stanford ser tão pródiga em converter seus alunos e o próprio Vale do Silício em sinônimo de sucesso e conquistas em múltiplos campos do conhecimento. O conjunto de valores que inspira e leva as pessoas à ação tem criatividade, trabalho de equipe, compartilhamento de ideias e também de riquezas (sim!!) e coragem.
Ele lembrou que, ao longo do tempo, estudantes foram treinados para serem competitivos dentro do ambiente corporativo. Mas é melhor que não seja assim. A visão mais construtiva é com os olhos do empreendedorismo: "Todo o mundo é uma forma de recurso em potencial", ou seja, o outro pode ser uma fonte de suporte ao crescimento coletivo e não apenas um concorrente, alguém para tirar o lugar.
Vive-se, hoje, em um permanente estado de revolução, cuja ignição é a tecnologia e consequência, a transformação do comportamento e do relacionamento da humanidade entre os próprios seres e a natureza. A questão é cada um tomar para si a decisão de como quer conduzir esta conexão a fim de tornar a realidade humanista e humanizada em qualquer tela da vida – seja on ou off-line.