Por João Carlos Santana, chefe do Serviço de Emergência do HCPA
As Unidades de Emergências (UEs) dos hospitais já trabalham lotadas durante todo o ano e, nos meses frios, atuam muito acima da sua capacidade. Neste local, toda uma equipe de saúde está treinada e qualificada para cuidar de pacientes com doenças graves, agir rapidamente para salvar vidas, estabilizar as condições fisiológicas e reverter complicações clínicas.
Até os seriados de televisão mostram isso. Quem já assistiu Plantão Médico, House ou Grey´s Anatomy nunca viu um capítulo sobre dor de garganta, diarreia ou problema de pele. As UEs servem para tratar crises convulsivas, infartos do coração ou do cérebro, infecção generalizada, dores insuportáveis, grandes sangramentos, descontrole da diabetes, crises de asma ou de hipertensão arterial que não passam, entre outras.
Sabe-se que mais da metade dos casos que vão até os hospitais poderiam ser resolvidos em consultas rotineiras. Então, quando buscar o atendimento numa unidade de emergência hospitalar?
Aquela lesão de pele, a tosse persistente, a coriza que pode ser uma gripe comum, a enxaqueca que já dura 20 dias, a alergia ou a dor nas pernas não deveriam ser atendidas nas UEs. Para isto existem as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que ajudam a desafogar as Emergências e dar agilidade na atenção ao paciente.
Por outro lado, quando uma pessoa apresenta um grave problema de saúde, correndo risco de morte, o destino correto é a Emergência. No setor de Classificação de Risco são estabelecidas as prioridades, avaliando gravidade e maior perigo à vida. Um paciente com sangramento nasal, por exemplo, jamais será atendido antes de outro com acidente vascular cerebral (AVC).
Nas Unidades de Emergência Pediátrica a situação é idêntica. Para promover atualização quanto a novos recursos tecnológicos, treinamentos, protocolos assistenciais, gerências de riscos e trabalho em equipe acontece a II Jornada Latino-Americana e I Jornada Multiprofissional de Emergências Pediátricas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, em 24 e 25 de agosto. Os especialistas que trabalham no setor de emergências precisam de aprimoramento constante para prestar atendimento qualificado às crianças em estado grave.