A inauguração das obras de ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre vai agilizar o atendimento no setor da emergência, mas não irá criar mais leitos. As 41 vagas serão mantidas, porém, a garantia é que os pacientes passarão mais rápido pelo setor.
— Assegurando que esse seja um fluxo contínuo, rápido e adequado à gravidade dos pacientes e que os leitos de emergência sejam de observação e não de permanência — avalia o gerente de risco sanitário Hospitalar do Hospital de Clínicas, Ricardo Kuchenbecker.
O cálculo atual diagnostica que um paciente que ingressa na emergência e precisa de um atendimento o mais rápido possível fica até 70 horas no setor. A meta é reduzir esse tempo para 48 horas.
— Vai ser um aumento de incremento de velocidade gradual, que a gente espera seja progressivo, mas que depende muitíssimo de política de saúde de Brasília — comenta a presidente do hospital, Nadine Clausell.
Para que isso ocorra, há uma série de medidas que precisam ser adotadas pelo hospital e governos federal e municipal. Uma delas é a inauguração dos 208 leitos do Hospital Santa Ana. A instituição tem por objetivo servir de retaguarda a hospitais com atendimento de alta complexidade, desafogando emergências. A previsão da prefeitura é que as vagas sejam ocupadas de forma gradativa até novembro.
Um outro passo é a compra dos equipamentos novos para os dois anexos do Clínicas. Pelos cálculos da direção, serão necessários R$ 130 milhões. Também será preciso contratar mais profissionais da área da saúde, processo que está em andamento.
A área do principal setor do hospital está sendo aumentada de 1,7 mil metros quadrados para 5,15 mil, o que irá garantir uma maior qualidade na execução dos procedimentos necessários. As camas deixarão de ficar praticamente umas grudadas nas outras, o que representa risco tanto para o paciente e os profissionais da área da saúde. A partir da finalização da ampliação, o distanciamento das camas atenderá o exigido pela legislação atual, que determina que cada leito esteja dentro 8,5 metros quadrados.
Além disso, os pacientes agudos, críticos e crônicos agudizados, que hoje dividem o mesmo espaço, receberão áreas específicas para atendimento. Dentre as melhorias, por exemplo, o Centro de Tratamento Intensivo passará de 54 para 110 leitos. O bloco cirúrgico terá 41 salas – hoje são 28. E as salas de recuperação, que hoje recebem 22 leitos, passarão a ter 90, além de 60 poltronas de recuperação.
A obra, que começou a ser realizada em junho de 2014 ao custo de R$ 397 milhões, ampliará em 70% a área física do hospital. Em maio, as obras atingiram 87% de conclusão. A atividade está concentrada agora nos acabamentos como pintura, instalação elétrica e esquadrias.
A direção do hospital descarta liberar alguma parte da obra antes do fim do ano. Quando a ampliação for finalizada, o hospital vai iniciar as etapas de busca do Habite-se, do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) e Alvará de Funcionamento.
Cada um dos novos prédios terá dois estacionamentos. Ao todo, serão 772 vagas contra as 180 vagas disponibilizadas antes da obra. O começo dos trabalhos foi suspenso por seis meses em razão dos questionamentos de entidades ambientais, que reclamavam do corte de 284 árvores no local.
A obra de ampliação do hospital atingiu 88% de conclusão no fim do primeiro semestre de 2018. Foi possível avançar 1% entre maio e junho. O término dos trabalhos é previsto para dezembro.
Veja o andamento da obra descrito pelo hospital:
O auditório com quase 200 lugares, que fica no sexto pavimento do Anexo II, está praticamente pronto, faltando apenas alguns aspectos no acabamento e a instalação da iluminação. Já foi feita a instalação dos vidros com persianas embutidas nos centros de tratamento intensivo (CTIs), no sexto e sétimo pavimento do Anexo I, chegando a 70% da conclusão do serviço. Já as atividades relacionadas ao fechamento de forro fixo no Anexo I chegaram a 85% da sua conclusão.
No Anexo II, a execução das bancadas de inox ultrapassou 85% do total previsto. Destaca-se, ainda, em junho, o início da instalação do mobiliário dos postos de enfermagem e recepções. O serviço de pintura e sinalização no estacionamento do subsolo do Anexo II também foi iniciado.