Por Gustavo Teitelbaum, publicitário
Depois de uma semana de imersão em empreendedorismo e inovação na Universidade de Babson, sinto que preciso compartilhar o que eu aprendi por lá. Para começar, não são só os professores que precisam se preparar para as aulas. Cada aluno recebe mais de 100 páginas de leitura obrigatória antes do curso. E isso dá resultado: as aulas deixam de ser palestras para virarem debates, já que estão todos (literalmente) na mesma página.
Também me chamou a atenção a preocupação com alguns chavões que ouvimos por aqui. Porque empreendedorismo não é para quem quer virar celebridade, é para quem está disposto a suar muito para atingir o sucesso. E também não é uma questão de timing, como muitos afirmam, é de ser realmente o melhor no que você faz.
Lá refletimos sobre qual seria o primeiro passo para começar um negócio. E a conclusão veio em forma de pergunta: o que você faria se soubesse que não vai falhar? Assim como na nossa vida, quando as coisas não dão certo, só temos uma saída: tentar de novo.
Além disso, costumamos ouvir que as empresas precisam inovar através da tecnologia, mas vimos que a inovação muitas vezes está no modelo de negócios. Por exemplo, o Jeff Bezos (Amazon) comprou o Washington Post porque ele acredita que as pessoas vão continuar pagando por um bom jornalismo e que agora ele só precisa encontrar um jeito de deixar o negócio rentável.
Em Babson, fomos provocados a questionar, a repensar e a inovar sem depender de tecnologias disruptivas. E está aí uma coisa que eles sabem fazer bem. Questionam até o próprio negócio: e se não existissem mais graduações, mas garantias, nas quais os alunos aprendessem sobre determinado assunto sabendo quando ele se tornaria obsoleto? E se as escolas te oferecessem um curso gratuito em troca de um percentual do seu salário durante o próximo ano?
Fazer um curso de inovação em uma instituição tão tradicional me mostrou como a educação de qualidade ainda faz muito sentido. Afinal, nosso conhecimento está ficando obsoleto mais rápido do que nunca e nada melhor do que estar perto de quem vive se questionando para continuar aprendendo.