O caso do catador de Alvorada, na Região Metropolitana, que empreendeu e hoje gere uma empresa com 18 funcionários retrata uma tendência que, por todo o país, vem se apresentando como alternativa para atenuar os elevados índices de desemprego. O relato coincide com a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que, embora o desemprego tenha caído, o total de quem não trabalha nem procura mais por uma vaga por todo o país é recorde. No montante de quem desistiu, em parte responsável pelo percentual menor de desocupação, estão incluídos brasileiros que, como relata a reportagem de GaúchaZH, decidiram montar um negócio próprio e prosperaram.
O relato reforça a importância de o país dar mais ênfase a questões como educação para o empreendedorismo. Cada vez mais, os jovens precisam aprender a lidar desde cedo com situações práticas comuns ao cotidiano de quem empreende. Entre elas, estão as ligadas à inovação, planejamento, organização, convivência com a burocracia e com obrigações tributárias, por exemplo. Todas elas são essenciais para a sobrevivência e expansão de ideias inovadoras num mercado sempre associado a crises, como o brasileiro.
O caso retratado na reportagem contribui também para ressaltar a importância de iniciativas que precisam motivar outras por todo o Estado. Um exemplo inspirador para outras cidades é a Aliança para a Inovação, resultante de uma parceria entre Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Pontifícia Universidade Católica (PUCRS). O objetivo da ação é justamente transformar a Capital num polo de inovação, de atração de investimentos e empreendedorismo.
Um aspecto importante é que a criatividade dos brasileiros tem ajudado a atenuar a crise, a partir da ênfase no negócio próprio, como forma de compensar a falta de vagas no mercado formal de trabalho. Os dados oficiais sobre desemprego confirmam essa tendência, ao demonstrarem o crescimento no número de quem atua hoje por conta própria. O que preocupa é o fato de poucos desses novos empreendedores terem cadastro como pessoa jurídica, além de a maioria não contar com qualquer tipo de orientação. É importante que sejam devidamente apoiados, para se expandirem e multiplicarem as oportunidades de emprego.