Por Igor Oliveira, consultor empresarial
Imagine que você queira investir em um prédio comercial em Hong Kong, ser credor de uma startup russa, comprar créditos de carbono de uma usina solar na África. Financiar um pequeno negócio no Mato Grosso e apostar que vai chover na Califórnia nos próximos dias. Hoje, isso é praticamente impossível, a não ser que você faça parte de uma elite de investidores globais.
Há, no entanto, uma safra de startups que vai mudar esse cenário e possibilitar que qualquer pessoa ao redor do planeta possa investir em qualquer ativo. A TrustToken, da Califórnia, vê no mercado imobiliário global a primeira oportunidade desse tipo. A Vaultbank foca inicialmente no acesso a fundos que, hoje, são de difícil acesso. A Securitize e a Polymath, de Toronto, querem facilitar radicalmente a emissão de contratos digitais que permitam diferentes tipos de investimento.
A importância desse movimento de criação de um novo setor de investimentos, menos centralizado, não é apenas o acesso de um maior número de investidores a essas oportunidades. A descentralização permite que novos riscos e oportunidades sejam percebidos de maneira mais ágil e que o conjunto de valores pessoais desses investidores seja absorvido pelo mercado.
Do ponto de vista do investidor, a maior diversidade de ativos disponíveis permite a personalização de portfólios de investimento. Você vai poder incorporar em sua carteira os riscos e as oportunidades particularmente relevantes, de acordo com seu estilo de vida e sua situação profissional. É um complemento a outros produtos de investimento contemporâneos, como os robo advisors, que automatizam a alocação de investimentos, mas não permitem muita personalização.