Por Carla Lubisco, especialista em bem-viver
A expectativa de vida do ser humano está aumentando. Todos sabemos disso. Porém, o que estamos fazendo para envelhecer com qualidade de vida? Em algumas regiões do planeta como Sardenha (Itália), Ilha de Okinawa (Japão), Loma Linda (EUA), Nicoya (Costa Rica) e Ikaría (Grécia) estão concentradas as pessoas mais longevas (vivem mais e melhor) do mundo. Sabe o que existe em comum nestes lugares? Lá elas vivem de uma maneira simples.
Elas exercitam a atenção plena, fazem uma coisa de cada vez. Vivem o momento. Comem de maneira saudável – e muitas vezes os alimentos que elas mesmas plantaram. Gerenciam melhor o estresse e o sono. Incorporam o movimento ao dia a dia. Estão próximas da natureza e delas mesmas. Meditam. Produzem. Exercitam o lado espiritual. Encaram a vida com positividade. Constroem as suas relações com a tribo certa. Cercam-se de pessoas positivas. E, acima de tudo, valorizam o envelhecimento.
Claro que adotar hábitos simples em meio à correria da vida moderna é um grande desafio. Mas, é possível se nós nos encorajarmos a pensar no futuro e a mudar pequenos comportamentos desde já. Existe hoje uma curva ascendente da vida. A gente nasce, cresce, se desenvolve e, quando chega aos 60 anos, por exemplo, a tendência é que essa curva se torne descendente em praticamente todos os aspectos, como na saúde e no trabalho. Porém, esse já é um pensamento antigo. As pessoas centenárias estão na contramão do preconceito de que envelhecer é feio, que é melhor esconder a idade e que elas serão cada vez mais frágeis.
Dados do IBGE projetam que, a partir de 2039, o Brasil terá, em média, mais pessoas idosas do que crianças de até 14 anos. Precisamos estar preparados para isso. Vamos construir uma nova realidade a partir da adoção de uma postura mais positiva e equilibrada, que nos conduza a fazer boas escolhas desde cedo. Ao invés de enxergar o envelhecimento como algo negativo, que tal criarmos um propósito para esta fase da vida? Começar um novo projeto ou trabalho, viajar, socializar? Não é preciso chegar aos 70 anos para mudar. Comece agora aos 30, 40, 50, 60...