Pedro Dutra Fonseca Professor titular do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS
Na década de 1980, campanha publicitária popularizou o chamado “efeito Orloff”, cujo slogan, “eu sou você amanhã”, muito foi usado para ilustrar a semelhança entre as economias do Brasil e da Argentina: os planos para enfrentar a inflação galopante de um país antecipavam os que o outro logo adotaria. Lembrando as semelhanças, ambos entraram na chamada globalização como espaços para a valorização financeira internacional e se desindustrializaram aceleradamente. No século 20, com o ingresso da China no cenário, expandiram a exportação de commodities. Tal boom fortaleceu os governos de centro-esquerda de ambos (Lula aqui, os Kirchner lá – guardando o rótulo de esquerda sem centro para a Venezuela). Esses ampliaram políticas sociais sem, todavia, alterarem a estrutura tributária regressiva. O fim desse período de vacas gordas contribuiu para que fossem substituídos, por via eleitoral ou não, por governos de matiz liberal e dispostos a implantar as reformas esperadas pelo mundo das finanças.
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