O dólar disparou e chegou a ameaçar o corte de juros pelo Banco Central. Nessa segunda-feira, a moeda fechou em R$ 3,6275, a maior cotação em 25 meses.
Leitor participativo do Acerto de Contas, Jorge Delgado avisou que a pressão do câmbio sobre a indústria começa agora a tomar força. Delgado integra a direção de uma das mais importantes indústrias da Região Metropolitana de Porto Alegre, a Dana, e enviou uma análise muito interessante para a coluna, projetando que o consumidor começará a sentir o impacto da alta do dólar em até três meses.
— O momento atual é de contas e revisão dos modelos econômicos pelas indústrias, fazendo a mensuração do impacto dos itens importados para repasse de custos na ponta final. Na ponta do lápis para os consumidores, esta conta deve começar a chegar em um prazo de dois a três meses - detalha o empresário.
Este prazo é o tempo de indústrias e distribuidores terminarem de consumir os estoques formados com produtos importados antes deste salto da taxa de câmbio. Jorge Delgado destaca o impacto do aumento das commodities no setor, citando ferro, aço, alumínio e petróleo. Os preços são definidos no mercado externo e em dólar.
Para o consumidor, o impacto pode ser direto, como o trigo. A coluna já falou disso: Pão ficará mais caro e outros alimentos também. Há ainda os custos indiretos, como a ração dos animais que tem impacto na carne.
— Em resumo, o alívio da inflação na redução das taxas de juros está acabando...