Alfredo Fedrizzi Jornalista e consultor
Nem Tim Berners-Lee, criador da internet, em 1969, imaginava que ela serviria para tantas bandalheiras! De lá para cá, já serviu para democratizar e descentralizar a informação, permitir a inclusão digital, alfabetizar pessoas, mas foi adoecendo. Desde que poucas empresas de tecnologia dos EUA e da China se tornaram dominantes, nossa segurança e privacidade acabaram! Vivemos na era da extinção da privacidade. Essa praça pública que virou a internet tornou-se uma arma poderosa e tem servido para amplificar as doenças da nossa sociedade. Como deixamos rastros digitais em tudo, nossas informações pessoais são roubadas a toda hora. Nossos dados são vendidos de qualquer forma. Os discursos de ódio proliferam. Fake news nascem por todos os lados. Hackers invadem empresas. O processo democrático se tornou instável, pela manipulação das mídias online, como foi nas eleições dos EUA. Estamos elegendo presidentes com dados manipulados! Estelionatários estão à espreita de sites de compra e venda, de bancos e lojas. A internet quebrou a propaganda tradicional. Muito disso é mostrado no Internet Health Report 2018, publicado pela Mozilla Foundation. Vemos que a saúde da internet está piorando. Os algoritmos ampliaram os preconceitos dos seres humanos, segmentando pessoas por sua raça, poder aquisitivo, instrução, comportamento, opção sexual, diferenças. O relatório mostra que mais gente está abrindo os olhos para o real impacto da internet nas sociedades, nas economias e no bem-estar das pessoas.
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