Anote: todo empreendimento necessita de investimentos. Agora vamos para o texto.
Imagine que você queira empreender em uma fábrica de pregos. Estudou o mercado e concluiu que deveria investir. Para começar, necessitaria comprar máquinas, ter um prédio onde trabalhar e recursos para capital de giro. Quando orçou suas necessidades, verificou que só teria recursos para comprar máquinas, um pouco para capital de giro e que o maior investimento seria o prédio. Ao invés de desistir, verificou que poderia alugar um prédio, o que reduziria drasticamente sua necessidade de recursos, viabilizando o empreendimento.
De outro lado, existem pessoas ou empresas que não sabem produzir parafusos ou qualquer outro bem, nem comercializar bens ou serviços, mas se especializam em investir em imóveis para alugar. Elas podem oferecer desde um pequeno espaço para uma barbearia, até grandes shopping centers.
Se sua empresa tivesse sucesso, chegaria um momento em que teria gerado recursos, e você poderia decidir entre comprar o prédio até então alugado ou investir em novas máquinas para ampliar suas vendas e crescer. Óbvio que lhe aconselharia a comprar novas máquinas, pois o prédio próprio não ampliaria suas vendas.
Grandes bancos, redes de farmácias, grandes varejistas e outros tantos operam assim e, certamente, não teriam o tamanho que têm se desviassem recursos de suas atividades-fim para imóveis.
O que você estabeleceria aqui, assim como as empresas referidas, seria uma Parceria Privada-Privada, na qual os investimentos necessários foram divididos, reduzindo seu custo de capital.
No Brasil, é clara a incapacidade pública de realização dos investimentos necessários para suprir nossas mais diversas carências, especialmente na infraestrutura, pois demandam recursos que não existem, e os déficits persistirão.
Por outro lado, há, ainda, uma clara incompreensão pela sociedade quanto às chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs), iniciativa moderna, quando, na incapacidade de o Estado investir, parte dos recursos é provida pela iniciativa privada, que pode construir o empreendimento e ser responsável por sua operação, dependendo do formato, sendo pagas por seu uso por quem o contrata. Ou seja, desonera o setor público de elevados investimentos que não tem condições de fazer, ao mesmo tempo em que viabiliza e acelera a oferta de serviços à sociedade, beneficiária final dos mesmos.
Assim como em sua fábrica de pregos, o uso de PPPs reduz a necessidade de recursos públicos, sendo evidente a vantagem para as finalidades postas.