Todo mundo já sabe, já leu ou já sentiu que o mundo de hoje está cada vez mais bélico. Palavras são usadas como munição, disparadas contra quem comete o crime imperdoável de não pensar igual ao outro. Uma análise de mais de 160 mil contas do Twitter, feita pela Universidade de Washington durante nove meses, demonstrou que as redes sociais favorecem bolhas artificiais, formadas por quem pensa da mesma maneira. O mapa das relações sociais, construído nesta pesquisa, evidencia a separação em dois grupos opostos, quase sem nenhum ponto de contato. Numa era em que a empatia e o respeito às diferenças deveriam ser cada vez mais valorizados, não é de se estranhar que estejamos sempre em pé de guerra virtual. Afinal, se nos relacionamos apenas com quem é parecido, todo o resto passa a ser diferente, antagônico, contrário. Tampouco é de surpreender que estejamos à mercê das fake news, pois é preciso desqualificar quem está fora da bolha, e isso se faz mostrando que a verdade tem lado e é o meu. E esta “guerra santa” de polarizações, acusações e falsidades impacta a vida de qualquer pessoa, física ou jurídica.
É também óbvio que, neste mundo das redes sociais, nossos defeitos e problemas se espalhem mais facilmente e em alta velocidade. Já nossas virtudes e qualidades raramente são divulgadas. Mas é preciso que o mundo também saiba delas. Porque vivemos de imagem e reputação, social e profissionalmente. Espalhar nossas qualidades, de forma verdadeira e envolvente, é comunicação. E isso sempre será importante. O melhor lobby, um lobby positivo e honesto, é se comunicar. Só que a comunicação não pode ser pontual, específica, ocasional. Marketing é como correr: tem que ser sistemático, constante e com meta desafiadora. Não adianta dar uma corridinha aqui e um pique ali. Se não for frequente, não condiciona, não aumenta o ritmo, não prepara para a vida corrida que todas as marcas levam. E, no mundo de hoje, toda marca corre lomba acima. E a comunicação, quando verdadeira e bem feita, é como um anabolizante, um doping legal para enfrentar a fraude das bolhas, das fake news e dos haters na sua timeline.
Não adianta reclamar das redes sociais ou fugir delas. O mundo de hoje é assim, e o jeito de lidar com ele é ser transparente e autêntico, e fazer da comunicação um fator crítico na construção do relacionamento com as pessoas. E não se engane: todo mundo vive em alguma bolha. Corra rápido e sem parar que um dia você acaba furando a sua.