O que a Embraer, a empresa brasileira que mais exporta valor agregado, e o Vale do Silício têm em comum? Investimento estatal em capital humano e desenvolvimento tecnológico, no século 20, voltado a fins militares, que mais tarde se refletiu também em aplicações civis.
Tentar repetir esse caminho é uma das boas alternativas para nações que pretendem atingir novos patamares de desenvolvimento a partir da inovação. Mas não é a única.
Talvez a melhor pergunta a ser feita seja: como atingir os mesmos objetivos sem apostar na indústria da guerra e em modelos tão centralizadores e elitizantes de investimento público?
Há tantas outras histórias a serem contadas. Nações que investiram pesadamente em educação, sobretudo no ensino básico, em detrimento de outras coisas que pareciam igualmente importantes, como saúde, Previdência e incentivos aos setores que já geravam riqueza. Quantos países conseguiram, dessa maneira, se livrar da dependência econômica de produtos primários?
Territórios que acolheram cooperativas que hoje distribuem muita riqueza, inclusive no Brasil. Quantos casos temos de regiões cujo desenvolvimento coincide com o florescimento de cooperativas agrícolas e financeiras?
E há agora histórias do século 21. A Estônia, com sua desburocratização radical que permite a pessoas de qualquer nacionalidade abrir e operar empresas pela internet. Os fab labs e outras formas de organização extremamente flexíveis, que espalham a capacidade de inovar.
Enfim, não faltam maneiras. O que falta é apostarmos seriamente em alguma delas.