Desde os primeiros instantes da greve decretada pelo Cpers, em 5 de setembro, o governo tem apresentado, de forma transparente e honesta, o quadro das finanças do Estado, comprometidas por uma das piores crises econômicas. Durante as negociações com os líderes da categoria, nunca houve uma segunda intenção, um plano B, que não fosse, em respeito aos professores, mostrar o limite das possibilidades. Nosso esforço será sempre pelo convencimento, não pela imposição.
É dever da Secretaria de Educação agir deste modo, em defesa do aluno, sem deixar de reconhecer as dificuldades do magistério
No sentido de caminhar ao encontro do entendimento, o governo anunciou, em 26 de setembro, a correção dos salários pagos com atraso, desde julho de 2015. Ainda: atendendo à sugestão do próprio comando de greve do Cpers, em reunião do dia 14 de setembro, o Executivo priorizou o pagamento dos menores salários, e no último dia 11, praticamente 100% dos professores já haviam recebido.
São legítimas as demandas apresentadas pela direção do Cpers, como legítimas são as preocupações de pais e alunos com a interrupção das aulas. São pelo menos 70 mil jovens matriculados no terceiro ano do Ensino Médio. Muitos deles se preparando para o vestibular e para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio, nos dias 5 e 12 de novembro.
Diante desse quadro, sem uma perspectiva imediata de acordo com o Cpers, a Secretaria de Educação está criando a possibilidade de alunos poderem frequentar escolas que estejam funcionando normalmente. Trata-se de uma providência emergencial, que vai contemplar os alunos do último ano do Ensino Médio e do nono ano do Ensino Fundamental. As Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) já receberam as orientações para identificar as possibilidades de remanejo.
É dever da Secretaria de Educação agir deste modo, em defesa do aluno, sem deixar de reconhecer as dificuldades do magistério. Reiteramos nosso apelo de entendimento ao Cpers. É o que esperam a comunidade escolar e a sociedade gaúcha. Mas não esperem promessas vazias, que não possam ser cumpridas _ como já aconteceu tantas vezes. O governo Sartori não fez isso na campanha, tampouco fará no governo. O Rio Grande do Sul está muito próximo de fazer essa travessia de dificuldades, trabalhando de forma corajosa e transparente. É preciso confiar. Pelo bem dos nossos alunos.