O governo do Rio Grande do Sul foi reconhecido recentemente com um prêmio nacional pelo projeto Sala do Investidor que, dentre outros objetivos, visa facilitar a vida do empreendedor que busca recursos de financiamento. Isto põe luz sobre um tema pertinente, que representa um dos maiores desafios dos empreendedores: dinheiro para crescer.
Se por um lado a vontade de crescer o negócio é grande, por outro nem sempre os empreendedores têm os recursos suficientes para financiar esse sonho. Há os que buscam recursos para tirar a ideia do papel. Outros precisam de dinheiro para acelerar o crescimento.
Se até pouco tempo atrás o principal meio de financiamento para os negócios era via dívida por bancos públicos e privados, hoje há muitas opções no mercado – capital próprio ou de amigos, investidores anjo e fundos de capital de risco. Essa última opção, em especial, vem crescendo no Brasil. Para se ter uma ideia, esse fundos foram responsáveis por investir
R$ 102,4 bilhões em centenas de negócios nos últimos cinco anos. Nesse formato de investimento, o empreendedor vende uma parte da empresa para fundos de investimento. Quem provê o capital assume o risco junto ao empreendedor e fica com uma parte proporcional dos lucros.
Mais do que investimento financeiro, uma das vantagens que os fundos podem trazer é transferir conhecimento para dentro das organizações. É o tão falado smart money (dinheiro inteligente). De nada adianta ter recursos disponíveis, se não souber a melhor forma de aplicá-los. Nesse sentido, os empreendedores devem buscar fundos que não só injetem capital, mas que contribuam para traçar estratégias, estabelecer metas, implementar práticas de governança e atrair talentos.
Trazer um investidor externo para o jogo implica, também, em desafios e responsabilidades, sobretudo, pois o empreendedor passa a ter alguém com quem dividir a tomada de decisão. Os investidores, nesse contexto, precisam estar cientes de que empreender tem, sim, um toque de arte e devem deixar com que os empreendedores continuem sendo os artistas. Paixão e energia são fatores fundamentais para qualquer negócio.
Abrir mão de uma parte da empresa para investidores é como a lógica do bolo. Pode ser que valha mais a pena ter uma fatia de um bolo de três andares do que ficar com um cupcake inteiro. Mas para essa equação fechar, é preciso ter consciência de que o segredo da simbiose entre empreendedor e investidor está em um acordo justo e no compartilhamento de competências, unindo o espírito e a visão arrojada do empreendedor com o lado gestor dos fundos de investimento.