A greve dos professores da rede estadual é um fato marcante para a sociedade, pois reflete a realidade de uma categoria desgastada pelo tempo e pela falta de comprometimento do governo.
Lutamos para receber o salário, lutamos para manter tudo o que conquistamos ao longo de anos e que está sendo retirado.
Muitos avanços foram conquistados pela categoria e, para que as conquistas sejam mantidas, é necessário resistir, e essa resistência é a greve.
O objetivo também é mostrar à sociedade que a educação é fundamental para o seu desenvolvimento
São 21 meses de salários parcelados, 13º salário do ano de 2016 parcelado em 10 meses, sem perspectiva de pagamento integral para o ano de 2017. Professores e funcionários vivem um caos social junto às famílias, com sua dignidade roubada, enfrentando dificuldades até no deslocamento para as escolas.
Diante disso, a garantia da integralidade do salário no último dia do mês trabalhado e o 13º integral em dezembro já não resolvem mais. Precisamos lutar e exigir o piso salarial, a reposição da inflação e reajuste.
Como entender que a crise do Estado tem que ser paga apenas pelo Executivo? Se a crise existe realmente e exige sacrifícios, estes devem ser de todos. Judiciário e Legislativo permanecem intocáveis, o governo não propõe tocar no duodécimo, nem nas isenções e sonegações.
Cobrar os créditos da Lei Kandir também não é ventilado como possibilidade, pelo contrário; renegociando a dívida, abre-se mão dessa possibilidade.
Apresentamos caminhos e sugestões para o governo, mas este escolheu a renegociação de uma dívida que deveria ser auditada e anulada.
O sindicato tem informado à sociedade e às escolas suas ações e o porquê de seus atos. Tentaram-se sucessivos acordos com o governo, mas não foi atendido nas reivindicações, algumas vezes nem sendo recebido.
Lutar por dignidade profissional e por uma educação de qualidade é lutar igualmente contra o desmanche da escola pública, uma vez que o objetivo da greve também é mostrar à sociedade que a educação é fundamental para o seu desenvolvimento. Por isso, resistir e seguir na luta, no atual contexto, continua cada vez mais necessário.