*Vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
Vivemos o ápice de uma corrupção endêmica nas entidades federais, estaduais e municipais, vinculada a todos os partidos políticos de expressão e setores empreendedores. Comprova-se que a corrupção é uma característica presente no cotidiano de toda a sociedade brasileira.
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Precisamos de muitas gerações recebendo uma educação eficaz para nos tornarmos uma sociedade com governança social pautada por valores éticos e morais. Devemos eliminar a impunidade que tem provado que "o crime compensa". O governo, fragilizado pela corrupção, busca efetivar algumas das reformas prioritárias através de negociatas para a aprovação. Medidas econômicas pragmáticas adotadas apresentam sinais positivos, mas, sem reformas profundas, não teremos um crescimento compatível com um país em desenvolvimento (no mínimo 6% a.a.).
O quadro político atual começa a se contextualizar tendo em vista as próximas eleições. A sociedade está consciente de que precisamos mudar, mas ainda não sabe o que escolher para superar o modelo esgotado de governança política. As tradicionais correntes populistas e patrimonialistas, na busca pela sobrevivência eleitoral, terão roupagem e maquiagem renovadas, pois percebem que a sociedade renega o modelo vigente.
Entretanto, a crise que vivemos oportuniza espaço para que a elite social do bem lidere uma agenda mínima de compromissos visando a mudanças estruturantes que levem o Brasil à modernidade desenvolvimentista e que rompam com a política corrupta generalizada, baseada num Estado patrimonialista e clientelista de um capitalismo de compadrio dominado pelas corporações. Esta agenda supracorporativa deve criar uma ambiência socioeconômica que estimule o desenvolvimento sustentável.
É preciso renovar os atores dos Poderes Executivo e Legislativo vinculados à cultura das negociatas, da corrupção e das propinas. As lideranças compromissadas com o Brasil, acima de ideologias anacrônicas e por meio de uma efetiva cidadania política, devem propor e agir para que se estimule a formação de novos atores políticos. Para tanto, precisamos fazer com que um novo conjunto de lideranças e atores convirjam para uma agenda mínima mobilizadora da sociedade brasileira para efetivar e realizar o sonhado "país do futuro". Temos que identificar quem são estes líderes, nos níveis estadual e federal, que podem ser apoiados para renovar o país e evitar reeleger aqueles que fizeram o Brasil que não queremos mais.