Temos visto a emergência de novas organizações políticas no Brasil. Estou falando das apartidárias, das partidárias e das suprapartidárias, como o recém lançado Acredito. Todas elas contribuem com a renovação e, mais precisamente, com a regeneração do sistema político brasileiro.
Isso me parece boa notícia. Tendo a pensar que a mudança complexa que precisa acontecer na política é uma questão geracional. Tanto do ponto de vista do desenvolvimento de novas instituições, quanto na ocupação dos espaços institucionais por parte dos mais jovens, criando uma bonita convivência intergeracional.
Outra boa nova é o fato de algumas ideias e emoções muito presentes na sociedade estarem finalmente representadas. Vejo o Partido Novo, por exemplo, como uma expressão do gerencialismo e de certo conservadorismo de direita, apesar de alguns membros se considerarem liberais.
Tenho percebido, no entanto, um traço em comum, que me incomoda, em várias dessas iniciativas: a premissa de que a identidade nacional é extremamente importante para todos nós.
Convivo com um número considerável de estrangeiros em minhas atividades profissionais e percebo o quanto ainda somos uma nação fechada. Enquanto meus pares estrangeiros assumem claramente fazer parte de comunidades internacionais de praticantes de suas respectivas visões de mundo, nós, brasileiros, temos alguma dificuldade de fazê-lo.
Sinto falta de meios para me expressar politicamente sem o objetivo direto de salvar o Brasil. Desejo que minha nação seja salva, junto a todas as outras, por meio da convivência entre povos. Por uma convivência não apenas pacífica, mas construtiva, baseada na colaboração entre cidadãos de várias partes em agendas específicas, que podem dizer respeito a grandes temas globais ou à troca de conhecimento sobre aspectos mais práticos do viver no nosso tempo.