A arte imita a vida realmente. E a banda Legião Urbana confirma a sabedoria de Oscar Wilde em sua música que dá título a esta coluna. Nós, brasileiros, não temos mais o tempo que passou.
Foram-se três anos de intensa regressão econômica e desenvolvimentista, e ainda estamos todos bastante interessados nos desdobramentos da investigação policial e do processamento judicial. Isso, contudo, é olhar para trás e não nos conduzirá para frente.
Paradoxalmente, na brilhante letra de Renato Russo, e como parece ser típico da era da modernidade líquida defendida por Bauman, temos todo o tempo do mundo.
Isso porque recente pesquisa tem influenciado o mundo a ter uma visão positiva sobre nosso país. Câmbio fortalecido, reservas altas em dólares, inflação significativamente reduzida, risco Brasil em queda e a manutenção do ritmo e vigor das indispensáveis reformas legais são um relance do futuro que podemos ter. Tais pesquisas expuseram a possível ascensão do Brasil ao grupo das grandes economias do mundo, até 2050.
Serão 30 anos de trabalho muito duro, de testes repetidos da solidez de nossas instituições e do quanto nós, enquanto sociedade, valorizaremos o devido processo legal, conferiremos segurança jurídica àqueles que aqui pretendem empreender e, em especial, reequilibraremos o pacto federativo e reduziremos a carga tributária.
Mesmo com a Lava-Jato e tantos desdobramentos da corrupção que se entranhou em todos os níveis da administração pública, é possível que cheguemos a ser a quinta economia mundial em três décadas! Nada mal, não é mesmo?
Porém, tudo está condicionado ao despertar de nossa consciência, a nos reinventarmos e à assunção de nossa responsabilidade na construção desse futuro alvissareiro.
Afinal, como nos lembra a letra de Renato Russo, "sempre em frente, não temos tempo a perder".